segunda-feira, 13 de abril de 2020

Crónicas de um isolado parte 2 - #FicaEmCasa

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

Este tempo cá por casa está-me a ajudar a mudar um pouco a minha perceção sobre a minha forma de pensar, mais propriamente sobre o dar valor ao momento presente.

Se ainda há duas semanas estava preocupado com o meu futuro, o que queria alcançar daqui a meio ano, independentemente de ser material, pessoal ou espiritual, hoje sinto que fui obrigado a fazer um travagem de emergência.

No início essa travagem trouxe com ela um sentimento de incerteza tão grande que o pânico veio logo a seguir. É incrível o que acontece quando perdemos o nosso próprio controlo.

Felizmente, rapidamente consegui aceitar esta nova situação e entender que de facto, nós não temos qualquer controlo sobre as nossas vidas, isto é, a qualquer passo uma doença pode atacar-nos ao mesmo tempo que nos vemos privado da liberdade mais básica de todas.

Por outro lado, e repetindo-me no que já escrevi no passado, vivemos numa época em que apesar de não podermos manter contacto físico com os nossos mais queridos, temos as mais variadas ferramentas que nos permitem estar a todo o momento “juntos”, mesmo que virtualmente.

E é este distanciamento que pelo a mim, fez-me ver que, apesar da ambição e do querermos sempre mais, seja o crescimento intelectual, a independência financeira, o que quer que seja, o mais importante é mesmo valorizarmos o facto de estarmos vivos, com saúde e que aqueles que são mais importantes para nós (família, amigos, animais de estimação) também cá estejam e com saúde.

Por isso, que este tempo de quarentena também sirva de reflexão sobre o que são mesmo as nossas prioridades, e que o stress do trabalho, da peça de roupa que não posso comprar, do carro e da casa de sonho, passe a ser secundário, em virtude de todos os dias de manhã, ao nos olharmos para o espelho, valorizarmo-nos e agradecer-nos por mais um dia cá, e fazermos o mesmo exercício para co os nossos.

Peço desculpa mais uma vez por estar debitar pensamentos sem grande elaboração, mas  esta forma de mandar cá para fora tudo tem ajudado bastante a manter a minha sanidade mental.

Abreijos e até à próxima
(22-03-2020)

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