Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.
2020 foi um ano de muitos desafios, e de muitas provas à nossa sanidade mental, pelo que eu também não saí ileso, mas tal como referi em publicações anteriores, aprendi a lidar com o meus pensamentos e a evitar que eles tomem conta de mim (sempre com a consciência que sou humano e haverá dias em que isso não vai acontecer).
Posto isto, desde 2017 que gostava de experimentar o conceito do bullet journal, que muito resumidamente passa por voltar ao passado e usar uma agenda física. No entanto um bullet journal é muito mais que uma agenda, é uma ferramenta que permite registar basicamente tudo aquilo que quisermos: planos, agenda, lista de tarefas, controlo de hábitos, bem como pensamentos aleatórios, notas, etc. Na prática tudo o que acharmos conveniente colocar.
Na internet (Pinterest, YouTube, etc.) é possível encontrar vários modelos, ou gurus a explicar a forma e o método mais produtivo, o mais bonito, o mais colorido, o infalível, mas, na minha opinião, devemos olhar para essas apresentações como exemplos, pois a base do Bullet Journal é precisamente a liberdade que nos dá para o construirmos de acordo com o que pretendemos.
Visto que 2020 me ofereceu bastante tempo livre, tomei a decisão de em 2021 apostar verdadeiramente num BuJo.
Durante uma temporada colei-me no Pinterest e no YouTube à procura de vários modelos até conseguir agregar o melhor de cada um deles e adaptá-lo a minha medida.
Apesar da liberdade na sua criação, há alguns pontos que na minha opinião são transversais:
• Índice: como o nome indica ajuda a encontrar os tópicos e as páginas respetivas;
• Log Anual: permite ter uma visão alargada do ano com os eventos/tarefas mais importantes do mesmo;
• Log Mensal: permite ter uma visão alargada do mês com os eventos/tarefas mais importantes do mesmo;
• Log Diário: permite ter a visão do dia com os eventos/tarefas do mesmo.
Mas, para construirmos esses pontos transversais, precisamos do mais importante: material.
No meu caso, aquilo que precisei foi:
• Caderno Picotado;
• Caneta Preta;
• Régua.
Não sou dado a belas artes e pessoalmente sou apologista do “menos é mais”, por isso não precisava de mais nada.
Deste modo, vou resumir como construí o meu Bullet Journal para 2021:
• Comecei mal, pois não cumpri com o primeiro ponto transversal que é o índice:
• Legenda: para poder identificar o que é uma tarefa, uma nota, ou algo urgente;
• Log Anual: onde resumo o meu ano com os vários meses do ano e eventos mais importantes a assinalar;
De seguida divido por cada mês do ano:
• Log Mensal: onde transfiro o que tenho no log anual, bem como assinalo os eventos mais importantes dos dias desse mês;
• Brain Food: onde coloco que livros li, séries e filmes que assisti, locais que visitei;
• Sentimento do dia: uma coisa que aprendi neste ano de pandemia, foi de alguma maneira verbalizar, oralmente ou por escrito o meu estado de espírito, por isso decidi que seria importante manter esse hábito;
• Tracking do mês: onde “controlo” as vezes que fui treinar, que li, que escrevi, que passeei, etc., de modo a ajudar-me no foco daquilo que pessoalmente é importante para mim;
• Momento de Gratidão: outra coisa que aprendi em 2020 foi a necessidade de olharmos em perspetiva e perceber que somos gratos no mínimo por estarmos cá mais um dia, e verbalizando-o conseguimos ter essa noção;
• Log Diário: onde transfiro o que tenho no log mensal bem como as tarefas desse dia e uma pequena agenda com as horas do dia;
• Registo de despesas do mês: isto é algo que já faço digitalmente, mas, de modo a não perder o habito de usar o BuJo, passei essa tarefa para o modo “analógico”
• Resumo das despesas do mês: tal como já fazia digitalmente, para perceber quais foram os tipos de despesas com maior e menor peso;
• Registo da poupança mensal: Algo que devia ser ensinado desde a escola primária de modo a que a literacia financeira fosse regra. Aqui resumo a poupança que faço a mim mesmo todos os meses no momento em que recebo o meu vencimento;
• Log Livre: reservo 3 a 4 páginas para fazer o que eu quiser nesse mês.
Numa primeira leitura parece ser demasiado, mas a forma como são fatiadas as faixas temporais ajuda precisamente a acalmar esse excesso de informação.
Pretendo com isto, procurar alternativas mais "analógicas" para reduzir ao indispensável o tempo passado em frente a ecrãs, não porque ache que seja nocivo, porque tudo vai da forma que damos uso às novas tecnologias e a tudo aquilo o que ela nos oferece, mas porque o analógico faz-nos ser mais criativos e a base da nossa existência é essa mesmo: puxar pela cabeça.
A ideia é ser divertido e funcional na medida daquilo que pretendemos, e nunca ficar preso nem sentir a obrigação de que temos de estar a todo o momento com o caderno aberto .
Portanto, se em algum momento concluir que está a ser mais um peso na minha vida do que algo que me divirta ou que me acrescenta valor, irei arrumar numa prateleira e volto ao digital.
Deixo aqui algumas fotografias do meu BuJo 2021.
Espero que tenham gostado da publicação, sei que foi extenso mas tentei escrever o mais agradável possível.
Abreijos e até à próxima. Um ótimo 2021 a todos.
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