segunda-feira, 25 de maio de 2020

Tentativa de fazer pão em casa

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

À data que estou a escrever, já não nos encontramos em estado de emergência mas ainda assim decidi manter as boas práticas de afastamento, no entanto fazendo alguns passeios ditos higiénicos sozinho.

Entrei de férias e não tinha assim grandes planos, visto que o Coronavírus acabou com que estava planeado.

Por um lado é bom, pois apesar de eu gostar de ter uma rotina muito disciplinada, gosto de ter o momento em que mando a disciplina ir dar uma volta e, de alguma maneira, fazer um reset a mim mesmo.

Após dois dias de completo “morrer para a vida” decidi experimentar coisas novas na cozinha. Para quem me conhece já sabe que a cozinha para mim é terapia.

Decidi fazer pão.

Mais uma vez filmei-me a fazer o processo, mas vou resumi-lo aqui.
Quero desde já referir que não correu muito bem, mas como tento sempre ver o copo meio cheio, até nem ficou muito mal para a minha estreia.

Ingredientes:

250gr de farinha de trigo tipo 65;
200gr de água fria;
10gr de fermento de padeiro (usei fermento convencional porque não tinha);
5gr de sal fino;
10gr de açúcar.


Modo de Preparação:

Juntei a água com o fermento (penso que aqui estraguei o resultado final pois coloquei meia colher de sobremesa de fermento convencional - que se compra nos supermercados) e de seguida juntei o açúcar e dissolvi;
Juntei a farinha a mistura e mexi com as varas de arame da batedeira ate ficar consistente;
Deixei a levedar uma hora;
De seguida deveria esticar a massa com ajuda de farinha, mas andei para ali a inventar até que me lembrei de usar a farinha para a esticar e formar pequenas bolas de pão;
Pré aqueci o forno a 220º e quando chegou a temperatura desejada, coloquei no forno por volta de 40 minutos.


E aqui está o resultado final:




Foi a minha primeira vez, por isso não esperava nada melhor do que isto.

Espero que tenham gostado da publicação.

E não se esqueçam de continuar a ser responsáveis, mesmo sem regras tão apertadas continuem a zelar pela vossa saúde e pela dos outros.

Abreijos e até à próxima.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Saberemos nós o que é mesmo a liberdade?

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

Ainda sobre a temática da liberdade e do que ela significa pessoalmente, gostaria de partilhar convosco uma pequena grande parte da minha vida.

Aos 10 anos comecei a ganhar um pouco mais de consciência sobre quem eu era, qual era a minha identidade.

Durante cerca de 19 anos, nunca me senti verdadeiramente livre, no sentido em que não me podia comportar da maneira que eu me sentia, não podia expressar os meus sentimentos sem que recebesse ou um insulto, ou uma humilhação, ou um olhar de desprezo e de desdém, só porque não era um carneirinho a seguir um rebanho.

Durante cerca de 19 anos, qualquer coisa que eu dissesse, qualquer gesto que fizesse, qualquer atitude que tomasse tinha uma carga emocional e um stress por trás que por mais que eu tente passar para palavras, nunca o irei conseguir fazer, só mesmo quem passa por isso é que sabe o que eu estou a falar.

Tudo o que fazia ou dizia era meticulosamente planeado, preparado, ensaiado, testado, de modo a minimizar ao máximo o risco de voltar a ser insultado, humilhado ou desprezado.

Com o passar dos anos, fui abrandando essa pressão, mas nunca me senti verdadeiramente livre, isto é, sem medo de ser quem sou e como sou.

Mesmo tendo amigos e pessoas que estiveram do meu lado, eu nunca me senti verdadeiramente livre pois tinha aquela voz em mim que me dizia para ponderar e voltar a ponderar e ponderar novamente a minha próxima ação.

Só há cerca de 4 anos, por volta dos meus 29 anos, é que consegui (finalmente) acordar para a vida, e perceber na plenitude que ser livre significa ser responsável por tudo aquilo que faço e que digo, e desde que eu não esteja a faltar ao respeito a ninguém, então não tenho que me preocupar se sou ou não aceite ou com a opinião de outrem.

Viver em liberdade é termos respeito pela diferença, procurar o contraditório para poder debater ideias e procurar caminhos novos com base nesses debates, procurando o melhor de cada mundo , de cada opinião; não é procurar a igualdade. A maior ameaça para a liberdade é o pensamento único, a doutrina, a falta de espírito crítico, o medo e o ódio pelo que é diferente.

A todos vocês que neste momento aplaudem as restrições de liberdade com a justificação da segurança fazem-no sem pensar porque ao longo destes anos viveram no privilégio de sempre poderem ser como são sem nunca terem tido uma experiência do que é viverem em verdadeiro confinamento, terem que fingir ser outra pessoa só para conseguirem um bocadinho desse sentimento de liberdade, quando por dentro estão mais presos do que nunca.

Neste momento tudo aquilo que eu passei são meras memórias que tenho-as bem arrumadas na minha estante dos assuntos pessoais, já não me identifico com aquela pessoa, porque simplesmente não tenho medo de ser quem sou, não tenho medo dos meus ideais, não tenho medo de defender aquilo em que acredito.

Algumas das minhas opiniões recebem as típicas respostas de alguém que desconhece, tem medo de discutir assuntos porque estão habituados ao pensamento único, à ausência de espírito crítico, sendo que o contra argumento são os chavões típicos de quem não tem mais nada para dar.

Mas onde eu quero mesmo chegar é que não quero ver o meu país em que já não vai haver esse tipo de respostas ignorantes simplesmente porque silenciaram o pensamento contrário, sob uma justificação de segurança. Não quero ver o meu país a perder liberdades e ver a população a aplaudi-la achando que estamos no caminho contrário.

A liberdade não é um dado adquirido, a todos vocês que nunca se sentiram sem ela, façam um pequeno exercício e usem o pensamento crítico e ponham tudo em causa, e lutem todos os dias por ela, sem medos.

Foi este o meu desabafo de hoje.

Abreijos e até à próxima.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Chegar e sair do "trabalho", em casa

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

Hoje já passou mais de um mês e meio desde que estou em trabalho remoto, ou tele trabalho.

Já tinha tido essa experiência no passado, e felizmente a empresa onde trabalho já possuía todas as ferramentas necessárias para este sistema, pelo que a transição não foi muito complicada.
O complicado neste método de trabalho é conseguirmos, em casa, separar o ambiente e o modo “trabalho” do modo “casa”. Como criarmos e definirmos um local considerado o de trabalho e mantermos o foco, sem nos distrairmos com o sossego que a casa nos traz; e, ao mesmo tempo, como simulamos o momento em que saímos dos nossos escritórios e regressamos ao nosso lar? 
Passei quase duas semanas a testar alternativas, sendo que a primeira foi a pior de todas: usar um local da casa que deveria ser único e exclusivamente para relaxar: logicamente não resultou, não me conseguia focar.
De seguida mudei de local, mas como pertencia a outro membro desta casa, para além de estar a “roubar” o seu espaço, não me sentia especialmente confortável.
Por fim, resolvi arriscar e usar o meu “local de trabalho” mas para as minhas coisas pessoais, isto é, a minha secretária. Mas para isso precisava de definir bem quando estou em modo trabalho e modo lazer.
No meu dia de trabalho só preciso do meu computador e de um bloco de notas de apoio, por isso foi fácil criar no mesmo espaço um modo “trabalho” e um modo “lazer”.
Posto isto, o primeiro passo foi definir um local para guardar e esconder o meu material de trabalho. Fácil.
Todos os dias de manhã, retiro o meu portátil pessoal para o canto e de uma estante, retiro um porta retratos onde tenho por trás dele guardado o portátil do trabalho e o bloco de notas. Rapidamente monto a secretária e sigo o meu dia de trabalho, como podem ver abaixo.
Ao final do dia, depois de terminar a minha jornada diária, faço exatamente o contrário, isto é, desligo o portátil e arrumo tudo novamente no mesmo local, tapando com o porta retratos, de modo a que não consiga ver nada que tenha que ver com o meu trabalho, e colocando o meu portátil pessoal de novo no seu local.
Rapidamente isto ajuda-me a desligar do trabalho e a perceber que estou “em casa”, o que tira bastante carga emocional de cima, já que em tempos de isolamento social, e isto é mais uma opinião pessoal, sair de casa só o faço mesmo em caso de necessidade, e ir esticar as pernas não é uma necessidade, podemos fazê-lo em casa.
Esta foi a minha forma de conseguir trabalhar em casa de modo confortável e focado, sem me sentir assoberbado.
Espero que para todos vocês que se encontram na mesma situação também estejam a conseguir separar estes dois momentos, para não se verem de repente sem controlo das horas de trabalho e negligenciando o vosso descanso e o vosso conforto do lar, das vossas famílias.
Rapidamente isto voltará ao normal.
Abreijos e até à próxima.



segunda-feira, 4 de maio de 2020

Crónicas de um isolado, parte 6 #FicaEmCasa

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

Hoje sinto-me com vontade de desistir disto e sair de casa e começar a andar por aí, ver paisagens diferentes, caminhar, ouvir, falar, cheirar, tocar (mas depois não ir com as mãos à face, claro). 

Está a tornar-se psicologicamente insustentável este confinamento, principalmente quando vês que parte da comunidade está-se completamente a marimbar para isto tudo.

A privação de liberdade para mim é o que me está a custar mais porque eu não tenho medo de viver em liberdade. Sei assumir as minhas responsabilidades e as consequências dos meus atos. Mas também tenho consciência que para muitas pessoas liberdade significa fazer que lhes apetece. Meus amigos isso é anarquia.

E é por causa dessa noção errada de liberdade que os governos sentem a necessidade de ser autoritários para conseguir de alguma maneira conter a população nas suas irresponsabilidades, mas na minha opinião, pior que isso é vermos parte da população a aplaudir essas restrições. Somos assim tão irresponsáveis que preferimos transferir essa responsabilidade para uma autoridade ou um governo em troca de perdermos o que de mais fundamental temos que é a nossa liberdade?

Eu sei que assumir responsabilidades dá medo, mas isso é o que faz de nós livres e lamento, eu quero ser livre porque não tenho medo de assumir os meus atos, as minhas responsabilidade e tenho consciência das consequências do que faço, e quero viver numa sociedade livre, sem medos. 

Espero que esta situação de quarentena ajude a abrir alguns olhos ao que se passa à nossa volta e que provavelmente a liberdade que muitos pensam que têm é tudo menos isso.

Foi este o meu desabafo de hoje (07-04-2020)
Abreijos e até à próxima.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Crónicas de um isolado, parte 5 #FicaEmCasa

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.

No passado falei da necessidade de termos contacto físico com quem mais gostamos, mas hoje queria falar de outro aspeto.

O contacto com a natureza.

As nossas casas, em teoria, são espaços decorados e dispostos de modo a que nos sintamos bem, em segurança e com um bom acolhimento, como se fosse o nosso refúgio, a nossa identidade enquanto espaço.

Tenho a sorte de viver praticamente na aldeia e todos os dias posso ir à varanda ouvir o barulho do vento a passar pelas árvores, ou o chilrear dos pássaros, não tivesse a primavera chegado. 

E de repente sinto esta necessidade de ouvir estes sons, mas acima de tudo, estar no centro de onde esses sons são emitidos, como se nós voltássemos a conectar com a natureza. Não sei se me consigo explicar, ou se também têm essa sensação. 

Das duas uma, ou estou a sentir que estamos a voltar a um ponto em que descobrimos a nossa essência e aquilo que efetivamente nos move, ou estou a ficar completamente louco.

Abreijos e até à próxima.

Telemóvel encostado? Usa como um webcam

Olá pessoal, espero que esteja tudo bem convosco.   Após muito tempo sem partilhas, eis que decidi não cair na armadilha do "não tenho ...